Guarde para sempre esta dica: nunca dirija um carro brasileiro na Argentina

Nas férias do meio do ano, muita gente se joga para a Argentina. É
sempre ótima pedida, desde que por lá você viaje de ônibus
(baratos, confortáveis, servem vinhos) ou avião e deixe o carro em casa.

Dirigi
um Fiesta com placa de Florianópolis na Argentina. Não faça isso.
Imagine que naquelas estradas das campanhas um panda dirige com o vidro
aberto e um braço pra fora - mas num carro com a placa preta local. Você
vem atrás com a placa brasileira. Você será parado. O panda, não.

Além
dessa maldade da polícia argentina (tão bem contestada na pichação da
foto de capa deste post, que tirei em Buenos Aires, "inseguridad es la
policía".

hÁ vários pré-requisitos para se dirigir pelo país.
A
primeira coisa que você precisa é um cambão, barra de ferro ou aço
usada para que um carro reboque outro. Ninguém mais usa isso. Eles usam.
No Brasil, um cambão novo custa cerca de R$ 180, e mecânicos te
improvisam um por R$ 120. Outra opção é me ligar. Depois da
viagem fiquei com um cambão no porta-malas. A menos que eu me veja
cercado por uma gangue de coreanos, não pretendo usá-lo.

Você
também vai precisar de um segundo triângulo. Não me pergunte por quê.
Providencie-o. Depois vá atrás da Carta Verde, permissão para dirigir
pelos países do Mercosul. Corra até o Detran mais próximo. Por cerca de
R$ 100 se consegue uma válida por 15 dias.

La coima, el soborno

Claro,
nada disso o livrará de se incomodar com la policía boluda. Essas
providências apenas o tornarão um pouco menos suculento. Eles gostam
muito de blitz. Em duas semanas, eu e meus amigos fomos parados (não é
hipérbole) mais de 15 vezes. À parte uma meia dúzia de caminhões
brasileiros, tínhamos a única placa branca do país. Sarcasmos,
arrogância, porta-malas revirado, torturas psicológicas. É irritante,
mas permanecendo zen você sai ileso nas dez primeiras paradas. Até que
estaciona para fotografar os Andes, nas proximidades de Mendoza, e
voltando para o carro não liga o farol. É meio-dia. De acordo com a lei
argentina, porém, você deveria estar com o farol aceso.

Nisso o policial rodoviário te para – o panda acabou de passar
direto. Você fala castelhano. Isso não conta muitos pontos numa hora
dessas. A língua que mais interessa é outra: propina.

Dois
avisos: 1) O nosso "propina", em português, é "gorjeta" para eles. A
grana que os guardas de lá querem por fora se chama "coima" ou
"soborno"; 2) A corrupção existe na polícia rodoviária, de azul. Os de
verdes são os federais, sérios e competentes. Nunca fale de coima com
eles.

La doble línea

O
policial rodoviário que te parou por causa do farol apagado ameaça
ficar com os teus documentos e te cobrar uma multa de 700 pesos (R$ 320)
pagável apenas em um banco distante. Outra opção é uma multa leve, 110
pesos, paga diretamente para ele. Você paga. Vinte minutos depois, é
parado de novo. O seu amigo começou uma ultrapassagem permitida, mas
quando voltou para a pista da direita estava na faixa de linha dupla.

– Mira, mira: la doble línea.

É
o que diz o policial. Se te multasse, ele apenas cumpriria a lei. Mas
ele quer el soborno. E chega ao cúmulo de pedir que você abra a carteira
para dar um confere (sério). Avisado, você escondeu a maior parte dos
seus pesos. Na carteira, apenas 140. Piedoso, o policial fica com 90.

Alguns
dias depois, você finalmente dá sorte: outro policial (sempre
rodoviário) diz que o farol esquerdo, el foco izquierdo, está queimado.
Você pergunta onde consertá-lo. Ele até dá uma dica, mas depois da multa
– só que realmente multa: nada de grana por fora. Você promete pagar
mas eles não têm controle sobre isso, a partir do que, claro, você traz a
multa para o Brasil. E essa multa fica ali, no porta-malas, ao lado do
cambão. Pelo menos um gol no final do jogo, deixando o placar de Policía
argentina x Usted y sus amigos em 2 a 1.

http://revistanaipe.com/blogs/on-the-road/10-la-policia-boluda

Sabe o que é pior? Quando esses filhos de uma boa mãe, pra não escrever algo que me arrependa depois, vem para o Brasil são tratados a pão de ló. Aqui em SC mesmo é uma pouca vergonha. Em Floripa, na minha época de universitário, todos os verões se ouviam histórias absurdas deles. Também entrei na Argentina uma vez. Depois de ser parado duas vezes e ter perdido duas horas na duana e no tal despachante, isso fora as taxas (carta verde, etc) e as propinas, fiz a volta e sai daquele lugar. Só perdi tempo e dinheiro. Sei lá, até que a país é legal o problema são os argentinos mesmo. Só de ver a camisa da seleção deles em todos os lugares me fazia sentir que eu estava no lugar errado e que algo de ruim ia acabar acontecendo. Era como se eu estivesse entrando no chiqueirão, na torcida do inter, com a minha camisa do tricolor em pleno grenal.

tava tão bem o assunto e tu tinha que estragar o foco.

nada aver...

não fica chateado, becker...

kkkkkkkkk,na proxima vou te negativar,kkkk



abraço.

sacanagem... é melhor eu ir dormir antes que eu perca meus suados pontinhos... huahuahua

Meninos, a Argentina é um belo país. Os argentinos são receptivos e um povo muito amável. Estas coisas realmente acontecem por lá, mas fazem parte de uma polícia corrupta que não corresponde à realidade da população. Há que tomar alguns cuidados. Ter a segunda balisa (triângulo), o cambão, a carta verde, já faz parte do cardápio que temos ao entrar por lá. No Uruguai é semelhante, mas eles são um pouco mais sérios. O farol aceso é regra geral tanto no Uruguai como na Argentina.

Tem outra coisa que está nas regras deles, mas que não chega a ser exigida: uma mortalha! Sim, todo carro precisa carregar uma espécie de lençol para cobrir corpos em caso de acidente...

A regra geral é manter a calma. Deixar multar, se for o caso, pois ao pagar a propina, eles avisam os outros que tu és uma presa fácil...

Amigos aqui do Sul já foram até Ushuaya de buggy e não tiveram problemas com a caminera. Questão de sorte, talvez.

Concordo com o Carlão, já fui varias vezes a Argentina de carro e nada aconteceu, talvez eu tenha muita sorte. Abraços

Carlão escreveu:Meninos, a Argentina é um belo país. Os argentinos são receptivos e um povo muito amável. Estas coisas realmente acontecem por lá, mas fazem parte de uma polícia corrupta que não corresponde à realidade da população. Há que tomar alguns cuidados. Ter a segunda balisa (triângulo), o cambão, a carta verde, já faz parte do cardápio que temos ao entrar por lá. No Uruguai é semelhante, mas eles são um pouco mais sérios. O farol aceso é regra geral tanto no Uruguai como na Argentina.

Tem outra coisa que está nas regras deles, mas que não chega a ser exigida: uma mortalha! Sim, todo carro precisa carregar uma espécie de lençol para cobrir corpos em caso de acidente...

A regra geral é manter a calma. Deixar multar, se for o caso, pois ao pagar a propina, eles avisam os outros que tu és uma presa fácil...

Amigos aqui do Sul já foram até Ushuaya de buggy e não tiveram problemas com a caminera. Questão de sorte, talvez.

É como o Carlão falou, triangulo, carta verde, etc tu tens como te informar e regularizar antes de entrar no país deles.. informem-se das leis no "consulado" e vá de acordo qu enão terás problemas na aduana e em circular..
Propina realmente existe, mas muits vezes não são pagas com $$, um simples chocolate que é deixado a vista por eles basta!
Já fui para Argentina e Uruguai viajando com a família e nenhum problema tivemos, inclusive gosto muito de lá e sempre fui bem recepcionado.

Quero informar que este artigo foi retirado do clickrbs cujo endereço está abaixo da primeira mensagem. O protagonista do ocorrido não fui eu. Também nunca tive problemas, nem na Argentina nem no Uruguai. Mas acho que é bom a gente sempre ficar esperto prá não ser pego de surpresa. Não pode bobiar, senão se ferra.