Caso Eloá, uma tragédia de concepção
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Caso Eloá, uma tragédia de concepção
Uma declaração pra lá de certa de como a policia deveria e deve agir neste casos, com toda certeza a nossa policia deve estar servindo de piada mundo afora por tamanha incompetência ....
O trágico fim do seqüestro de Santo André (SP) revela não um erro de conduta da polícia paulista no desenrolar da ocorrência, mas um erro de concepção na gestão deste tipo de crise.
É que dentro da estratégia utilizada para a gestão da crise - a de tentar preservar a vida do tomador de reféns (do seqüestrador) - a ação foi perfeita, tanto que ele saiu ileso, eis que só foi atingido com balas de borracha, mesmo após ter ferido as duas reféns e ter atirado contra os policiais que invadiram o apartamento. Invasão, esta, aliás, que, dentro desta maldita estratégia, era a última alternativa, visto que o propósito principal era negociar até o último instante, ainda que isto pudesse colocar, como efetivamente colocou, em risco a vida das reféns, presas que eram de uma pessoa momentaneamente perturbada e, portanto, imprevisível.
Por mais paradoxal que possa parecer, foi uma operação bem sucedida à luz da concepção na qual estava baseada - preservar a vida do seqüestrador. O problema é que o preço disto foi muito alto: uma refém com morte cerebral (é provável que já tenha morrido quando este artigo for publicado e estiver sendo lido) e outra ferida no rosto.
Esta tragédia lembra uma outra, igualmente fruto da equivocada concepção de preservar a vida do tomador de reféns. Refiro-me ao episódio do seqüestro do ônibus 174, no Rio de Janeiro.
Tanto em um como em outro caso, a polícia teve várias chances de matar o seqüestrador, em momentos de distração em que o mesmo se colocou em linha de tiro (com uma dose de risco razoavelmente bem calculada em favor dos reféns), e simplesmente não quis. Neste caso de São Paulo ainda houve três noites em que, evidentemente, em 100 horas de seqüestro, ele tem que ter dormido (nenhum ser humano agüentaria ficar acordado e atento tanto tempo!). Mas a polícia, fiel à sua desgraçada concepção de gestão deste tipo de crise, não quis invadir, porque não era o objetivo matar o seqüestrador.
Neste caso não foi nem a última opção, porque, como visto, ele saiu vivo, ileso, já que a invasão, postergada até o último momento, fora feita com balas de borracha. Ou seja: a polícia deixou o desfecho do seqüestro ao bel talante do seqüestrador. E deu no que deu! Uma invasão tardia, meio que improvisada e, pior de tudo: inútil, absolutamente inútil!!
Pergunto: esta era a concepção correta de gestão deste tipo de crise? Preservar a vida do seqüestrador e arriscar a vida dos reféns é realmente o melhor a fazer? Parece-me óbvio ululante que não!
Não é possível que se assista mais, passivamente, à espera do seqüestrador se render, enquanto faz o que quer com seus reféns. É necessário que se mude urgentemente a concepção de gestão deste tipo de crise, que deve ser focada na invasão e na eliminação do seqüestrador. A negociação é até conveniente, mas desde que não seja a principal proposta de ação. A principal proposta de ação tem que ser a eliminação do seqüestrador, na primeira oportunidade que ele der para ser atingido. Isto parece óbvio, não?!
O Estado - a polícia, leia-se - tem que perder o pudor de matar o tomador de reféns numa situação como esta. Somente a vida dos reféns é que interessa; não a do seqüestrador, que foi quem se colocou voluntariamente nesta situação e, portanto, está agindo por sua conta e risco. Enquanto resiste à negociação, está legitimando qualquer ação do Estado tendente a eliminar sua vida para preservar a vida dos reféns. Esta deve ser a concepção de ação policial em crises como esta, para que tragédias assim não se repitam nunca mais.
Para tanto, é necessário deixar a hipocrisia de lado. Hipocrisia de parte da sociedade, de parte da Imprensa, de muitas entidades pseudo-defensoras dos Direitos Humanos (que, como o próprio nome sugere, são de todos, e não apenas dos criminosos, como deixam transparecer muitas dessas entidades), e de muitos operadores do Direito também. Neste ponto, o coronel que comandou a operação da PM paulista tem razão: se o seqüestrador fosse logo morto, muitas vozes histéricas surgiriam para criticar a polícia, penalizadas pela jovem vida que se foi (sem se dar conta de que foi tarde, foi dando motivos para tanto, foi para salvar outras vidas também jovens, que não tinham nada a ver com a paranóia dele. Eram jovens inocentes que não podiam ter pago a conta desta hipocrisia!).
O Estado não pode ter o pudor de matar tomador de reféns e cabe a todos nós apoiá-lo. E o primeiro apoio neste sentido deve vir do Ministério Público: cabe ao promotor natural, aquele que irá apreciar a conduta dos agentes policiais envolvidos na operação, dar a eles a garantia de que eles sequer serão processados por cumprirem o seu dever e matarem o seqüestrador. Era o que eu faria, com muito prazer, aliás, e inenarrável dose de satisfação pessoal, caso fosse o promotor natural num caso destes. Acho até que é disto que a polícia precisa em situações assim: ser blindada, para que possa agir firmemente e fazer o que tem que ser feito, ainda que isto possa desagradar à parcela hipócrita a que me referi acima, a quem não se pode dar ouvidos, porque criticar é fácil, mas quem tem a responsabilidade de agir não pode se demitir desta responsabilidade com receio de qualquer tipo de crítica, quanto mais uma crítica histérica e hipócrita.
Não se trata de um simples ponto de vista, de uma simples postura ideológica; trata-se da mais superficial lição de Direito Penal relativa à excludente da ilicitude denominada "legítima defesa de terceiro". O Direito garante ao agente do Estado que matar o seqüestrador a plena licitude de sua conduta. Diria, aliás, que é um dever seu assim agir, para salvar a vida de inocentes que estejam subjugados pelo seqüestrador, vida dos quais, aliás, ele é agente garantidor.
Que se tire uma lição deste erro estratégico. Para que, da próxima vez, possamos comemorar a eliminação do seqüestrador ao invés de chorar a morte do(s) seqüestrado(s)!
Marcelo Lessa é promotor de Justiça
Re: Caso Eloá, uma tragédia de concepção
É bem complicado dar este tipo de explicação depois do caso consumado. Como seria, caso a polícia tivesse estourado a cabeça do marginal em frente às câmaras de televisão? O comandante, o governador, os policiais, todos estariam sendo crucificados neste momento. É bom lembrar de outros casos semelhantes, onde os policiais responderam processo por este tipo de morte. Neste caso, podem até servir de piada ou serem condenados pela opinião pública, mas manterão seus empregos... Ocorre que faltou muita coisa para ser esclarecida. Como esta família deixou uma criança de 12 anos namorar um cara de 19? Esta era a idade dela quando começou o namoro. E a mãe, que já declarou que perdoou o marginal? Não estaria agora com uma camiseta com a foto dele, pedindo justiça, caso a polícia tivesse matado o vagabundo?
E a amiga que voltou para o apartamento? A polícia não disse para ela entrar lá, apenas para chegar perto. Como este cara dormia? Não seria ela uma cúmplice?
Nossos policiais poderiam ter tido outro tipo de atitude, sim. Mas será que o governador não ligou para lá, pedindo que não matasse o marginal? Não em plena campanha eleitoral e com toda a imprensa filmando.
Sou contra qualqueri tipo de censura, mas deixar a imprensa ali, filmando ao vivo, foi uma estupidez - da imprensa, não da polícia. Deixar o marginal com telefone e luz foi outra bobagem grande.
E o pai da menina é um foragido da justiça. Nada a ver com o caso, mas dá para ver que tipo de gente é essa.
A polícia errou. Errou em não ter matado o vagabundo logo no início. Mas todos sabemos o que aconteceria depois, caso isto tivesse ocorrido. A imprensa iria cair de pau na polícia, entrevistaria pessoas que diriam que ele era "um bom rapaz", sem antecendentes, etc. E o governo trataria de arrumar um bode espiatório, que ficaria com a vida estragada. Difícil ser policial em um país que tem este tipo de atitude, que tem no "politicamente correto" uma visão de vida.
E a amiga que voltou para o apartamento? A polícia não disse para ela entrar lá, apenas para chegar perto. Como este cara dormia? Não seria ela uma cúmplice?
Nossos policiais poderiam ter tido outro tipo de atitude, sim. Mas será que o governador não ligou para lá, pedindo que não matasse o marginal? Não em plena campanha eleitoral e com toda a imprensa filmando.
Sou contra qualqueri tipo de censura, mas deixar a imprensa ali, filmando ao vivo, foi uma estupidez - da imprensa, não da polícia. Deixar o marginal com telefone e luz foi outra bobagem grande.
E o pai da menina é um foragido da justiça. Nada a ver com o caso, mas dá para ver que tipo de gente é essa.
A polícia errou. Errou em não ter matado o vagabundo logo no início. Mas todos sabemos o que aconteceria depois, caso isto tivesse ocorrido. A imprensa iria cair de pau na polícia, entrevistaria pessoas que diriam que ele era "um bom rapaz", sem antecendentes, etc. E o governo trataria de arrumar um bode espiatório, que ficaria com a vida estragada. Difícil ser policial em um país que tem este tipo de atitude, que tem no "politicamente correto" uma visão de vida.
Caso...
Eu tinha começado a escrever hoje pela manhã quando vi o tópico mas no decorrer da manhã acabei deixando de lado, mas era mais ou menos o que o Carlão escreveu, ali ninguem era santo, e seja la o desfexo que tivesse a policia ia ser responsabilizada, e como em todos os casos neste pais, a midia faz o seu heroi e seu bandido, é impressionante como a midia faz rapido e menipula toda uma população, e ainda reclamamos dos politicos, cada vez me convenso mais que o problema do Brasil é o povo, outro dia teve aqui em Porto Alegre a tal marcha dos sem, sem o que mesmo!
sem cultura,
sem vergonha,
sem moral,
sem capacidade,
sem vontade de trabalhar,
sem respeito,
sem... sem tanta coisa que acham que terra, emprego e salario, vão resolver a vida deles, aposto que qualquer um que estivesse naquela marcha, que ganhasse um emprego terra ou salario iria em seguida fazer uma greve ou manifestação porque ta ganhando pouco ou não tem dinheiro para plantar e comer, mas trabalhar que é bom não sabem e não querem, só sabem atrapalhar os outros!
Bom agora que ja mudei um pouco o assunto, é uma tristeza o que aconteceu, mas na vida da gente somos responsaveis pelos nossos atos e uma familia bem estruturada é o inicio de tudo, no momento em que a familia for colocada em 1º lugar nossas crianças reaprenderão que devemos obedecer pai e mãe e não ao traficante da esquina nem o aliciador de menores, afinal namorar antes dos 15 anos, alguem me refresque a memória, mas a lei diz que é estupro presimido ou estou enganado!
Um Grande Abraço a Todos
Farina
sem cultura,
sem vergonha,
sem moral,
sem capacidade,
sem vontade de trabalhar,
sem respeito,
sem... sem tanta coisa que acham que terra, emprego e salario, vão resolver a vida deles, aposto que qualquer um que estivesse naquela marcha, que ganhasse um emprego terra ou salario iria em seguida fazer uma greve ou manifestação porque ta ganhando pouco ou não tem dinheiro para plantar e comer, mas trabalhar que é bom não sabem e não querem, só sabem atrapalhar os outros!
Bom agora que ja mudei um pouco o assunto, é uma tristeza o que aconteceu, mas na vida da gente somos responsaveis pelos nossos atos e uma familia bem estruturada é o inicio de tudo, no momento em que a familia for colocada em 1º lugar nossas crianças reaprenderão que devemos obedecer pai e mãe e não ao traficante da esquina nem o aliciador de menores, afinal namorar antes dos 15 anos, alguem me refresque a memória, mas a lei diz que é estupro presimido ou estou enganado!
Um Grande Abraço a Todos
Farina
Re: Caso Eloá, uma tragédia de concepção
Boa iniciativa do Lubby em levantar essa discussão num momento que ainda nos encontramos angustiados pelas sucessões de erros que foram e continuarão a ser cometidos.
Em breve análise, Carlão expôs sua opinião com a qual concordo integralmente e me permito acrescer ... esse episódio é tão somente um dos efeitos do desleixo socio-político-educacional que vivemos!!
Assistimos a tudo, como se não fossemos co-responsáveis pelas desgraças que acontecem diariamente nas cidades de nosso país, ontem mesmo outra menina de 16 anos passou pelo mesmo processo e teve o mesmo fim, mas a mídia não deu a mesma repercussão (possivelmente por conseguir vender um número suficiente de exemplares de jornal com a exploração de uma única desgraça). Ainda estamos assistindo e dando IBOPE as emissoras de TV e seus "entendidos" de plantão, que tudo resolvem e de tudo sabem, mas não tiveram a coragem de se apresentar no devido momento para apontar as soluções prováveis para o problema que a polícia enfrentava. Com incontida insatisfação vi um cidadão que não sei de onde vem ou que formação tem, dizendo-se instrutor da SWAT americana, que chegou ao extremo dizendo-se envergonhado em ser brasileiro pelos erros que a polícia daqui cometeu. Certamente esse rapaz não assiste jornal nos EUA ou pensa que não chega até aqui as informações sobre as pérolas que a "polícia dele" produz.
Fora isso, continuamos a votar repetidamente nos mesmos políticos que aí estão há anos e nada, absolutamente nada, fazem em prol de uma sociedade mais justa, educada, sadia e conseqüentemente segura. Vemos as famílias deterioradas, com filhos verdadeiramente abandonados a própria sorte e sem um referencial para balizar sua trajetória e atitudes.
Sem dúvida é um momento para se refletir, temos hoje a enésima e dolorosa chance de recomeçar. Para aqueles no Fórum que se interessam pelo assunto apenas um alerta ... apesar de concordar com algumas colocações do texto trazido pelo amigo Lubby, seu conteúdo não condiz com o sentimento mais íntimo de seu escritor ... aproveitando-se da oportunidade, busca alguns momentos de notoriedade para melhor nutrir sua vaidade pessoal ... não creio que pense assim até porque conheço alguns de seus precedentes!!!
Em breve análise, Carlão expôs sua opinião com a qual concordo integralmente e me permito acrescer ... esse episódio é tão somente um dos efeitos do desleixo socio-político-educacional que vivemos!!
Assistimos a tudo, como se não fossemos co-responsáveis pelas desgraças que acontecem diariamente nas cidades de nosso país, ontem mesmo outra menina de 16 anos passou pelo mesmo processo e teve o mesmo fim, mas a mídia não deu a mesma repercussão (possivelmente por conseguir vender um número suficiente de exemplares de jornal com a exploração de uma única desgraça). Ainda estamos assistindo e dando IBOPE as emissoras de TV e seus "entendidos" de plantão, que tudo resolvem e de tudo sabem, mas não tiveram a coragem de se apresentar no devido momento para apontar as soluções prováveis para o problema que a polícia enfrentava. Com incontida insatisfação vi um cidadão que não sei de onde vem ou que formação tem, dizendo-se instrutor da SWAT americana, que chegou ao extremo dizendo-se envergonhado em ser brasileiro pelos erros que a polícia daqui cometeu. Certamente esse rapaz não assiste jornal nos EUA ou pensa que não chega até aqui as informações sobre as pérolas que a "polícia dele" produz.
Fora isso, continuamos a votar repetidamente nos mesmos políticos que aí estão há anos e nada, absolutamente nada, fazem em prol de uma sociedade mais justa, educada, sadia e conseqüentemente segura. Vemos as famílias deterioradas, com filhos verdadeiramente abandonados a própria sorte e sem um referencial para balizar sua trajetória e atitudes.
Sem dúvida é um momento para se refletir, temos hoje a enésima e dolorosa chance de recomeçar. Para aqueles no Fórum que se interessam pelo assunto apenas um alerta ... apesar de concordar com algumas colocações do texto trazido pelo amigo Lubby, seu conteúdo não condiz com o sentimento mais íntimo de seu escritor ... aproveitando-se da oportunidade, busca alguns momentos de notoriedade para melhor nutrir sua vaidade pessoal ... não creio que pense assim até porque conheço alguns de seus precedentes!!!
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